sábado, 14 de março de 2009

Algumas quadras para meditar...

Vós que lá do vosso Império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um Mundo novo a sério.

P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade
tem de trazer à mistura
qualquer coisa de verdade

Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!

Quadra de:
"António Aleixo"

quarta-feira, 11 de março de 2009

"Este livro que vos deixo" António Aleixo

BREVES NOTAS SOBRE: ANTÓNIO ALEIXO

" Este Livro que vos deixo "


O poeta António Aleixo, cauteleiro e pastor de rebanhos, cantor popular de feira em feira, pelas redondezas de Loulé (Algarve - Portugal) é um caso singular, bem digno de atenção de quantos se interessam pela poesia.

Nasceu em Vila Real de Santo António a 18 de Fevereiro de 1899 e faleceu em Loulé a 16 de Novembro de 1949.

Não sendo totalmente analfabeto, sabe ler e leu meia dúzia de bons livros - não é porém capaz de escrever com correcção e a sua preparação intelectual não lhe deu qualificação para poder ser considerado um poeta culto. Mas ficou sendo conhecido por o maior poeta popular (O poeta do povo)

Todavia, há nos versos que fazem parte do seu livro "Este livro que vos deixo", uma correcção de linguagem e sobretudo, uma expressão concisa e original de uma amarga filosofia, aprendida na escola impiedosa da vida, que não deixa de impressionar.

António Aleixo, compõe e improvisa nas mais diversas situações e oportunidades. Umas vezes cantando numa feira ou festa de aldeia, outras, a pedido de amigos que lhe beliscam a veia; ora aproveitando traços caricaturais de pessoas conhecidas, ora sugestionado por uma conversa de tom mais elevado e a cuja altura sobe facilmente.

Passeando, sozinho, a guardar umas cabras ou a fazer circular as cautelas de lotaria - sua mais habitual ocupação, por isso também chamado "poeta cauteleiro" ou acompanhado por amigos, numa ceia ou num café, o poeta está presente e alerta e lá vem a quadra ou a sextilha, a fixar um pensamento, a finalizar uma discussão, a apreciar um dito ou a refinar uma troça. E, normalmente, a forma é lapidar, o conceito incisivo e o vocabulário justo e preciso.

O que caracteriza a poesia de António Aleixo é o tom dorido, irónico, um pouco puritano de moralista, com que aprecia os acontecimentos e as acções dos homens.

Joaquim Magalhães
In Este Livro que vos deixo...
António Aleixo

Aqui fica a minha singela homenagem a este grande homem do povo, e à sua poesia que desde à muito gosto de ler.

sábado, 7 de março de 2009

Lindos e cheios de sentido, estes versos, já dizia António Aleixo "sei que pareço um ladrão, mas há muitos que conheço, não sendo o que são, são aquilo que pareço", chega parecer mal e a ter-se vergonha de de ser honesto, e a passar-se por burro, os outros é que são e s p e r t o s ....... um obrigado e um bem haja a Rui André no seu Blog "Rio de Moinhos" pelos versos do Rui Barbosa. fmqs