terça-feira, 27 de outubro de 2009

Histórias da minha terra.

AS TIGELADAS

Segundo Rui André.
A origem das tigeladas, doce conventual, são de facto da freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Abrantes e a história passo a citar:


Foi uma senhora que aprendeu o segredo das tigeladas há quase um século, através de uma sua amiga. De nome, Verdiana, que fora lavadeira de um convento de Abrantes (Convento da Graça – demolido em 1902) onde aprendeu o segredo do doce, com as freiras.


Foi assim que começaram a fazer tigeladas em Rio de Moinhos e o segredo passou de geração em geração até aos nossos dias.


O nome tigeladas, deriva da tigela de barro, onde o doce é cozido. A tigela é de barro vermelho e não pode ser vidrada, nem levar qualquer gordura.

A história das Tigeladas de Rio de Moinhos, já foi descrita, mas com o tempo vão aparecendo, alguns pormenores, que contribuem para o seu esclarecimento, são pequenas histórias aparentemente sem interesse, mas que sem a sua intervenção talvez não atinge-se a esta situação de tal divulgação e tamanha fama.

Tanto quanto se sabe, foi com a D. Cristina de Jesus Nogueira, que se começaram a fazer as primeiras tigeladas, em Rio de Moinhos, e continuaram com a D. Alda Nogueira, e marido António Nogueira (latoeiro) e Joaquim Nogueira (alfaiate) e esposa D. Maria e com a filha D. Conceição.

Há pouco (27Out2009 pelas 16 horas) em conversa com o Sr. Guilhermino, contava-me ele, de como tinha começado a vender as tigeladas, isto passou-se nos idos anos de 1964, altura em que estava ele a explorar, o Café Central, na época mais taberna que café, pois que café, só de cafeteira, lhe apareceu a D. Alda (Ti Alda) esposa do Latoeiro, Sr. António Nogueira, que fazia umas tigeladas por encomenda, levando-lhe as pessoas os ovos e o açúcar. A Ti Alda propôs ao Sr. Guilhermino a venda de tigeladas, no dito café, ao que este lhe respondeu «mas quem é que quer tigeladas, isso aqui não se vende» o certo é que se foram vendendo, chegando ao ponto de ter necessidade de arranjar umas caixas para as embalar, se bem pensou, melhor tentou fazer, e procurando na região, só em Tomar, é que foi possível manda-las fazer com os respectivos dizeres já conhecidos das famosas tigeladas de Rio de Moinhos, mas como queria poucas, aí umas cem ou duzentas, ao que o Sr. Da Tipografia Tomarense, lhe respondeu, o Sr. Tanto paga por cem ou duzentas, como por quinhentas, então lá trouxe as 500 famosas caixas que correram o país de lés a lés, a mulher D. Isabel, quando o viu chegar com tantas caixas, ficou deveras arreliada, que se fartou de ralhar, que era uma estragação, quando é que vais conseguir vender isso tudo, bem o certo, é que a evolução foi de tal modo que as ditas começaram a ter fama, que chegou a ter três fornos a produzir, incluindo a minha mãe, que as faziam às centenas de dúzias, e não davam tigeladas prontas, em minha casa, lembro-me bem o forno nunca arrefecia era de noite e de dia, em especial na altura da caça e em dias festivos, era tanta a procura que as pessoas passavam de propósito por Rio de Moinhos para as levar, o Sr. Ramiro do “Restaurante o Ramiro” também vendeu bem a sua parte quando estava no café Lunar no largo de Rio de Moinhos. Também a D. Deolinda as fazia na sua casa e faziam parte das "Delicias da Deolinda". Hoje não temos ninguém na terra a confecciona-las é uma pena, pois é mais uma arte que se perde na nossa terra. Hoje quem as continua produzir, na localidade de Chainça, com a mesma receita, é o Sr. Avelino Marques, viúvo da D. Conceição Nogueira, que faleceu a 27 de Janeiro de 2009 e era sobrinha da Ti Alda.




Ingredientes:
- 1 kg de açúcar

- 200 gr de farinha

-1 litro de leite

- 12 ovos

- Raspa de limão (pouco)

Preparação:

Junte e bata bem todos os ingredientes. Aqueça tigelas (de barro não vidrado) bem quentes de modo a que o preparado fervilhe ao ser colocado dentro das mesmas, até sensivelmente meio da capacidade. Deixe cozer no forno durante cerca de 15 minutos.

Bom apetite.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Frase para meditar de Alberto Eínstein.

Deus nos fez perfeitos, e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos!
Fazer ou não fazer algo, só depende da nossa vontade e perserverança.
(Albert Eínstein)

sábado, 24 de outubro de 2009

O rio Tejo, o Cais, e a pesca.


Do Blog Caisriodemoinhosabt

Que saudades do tempo em que pescava, no cais à saboga, era uma festa, uma simples cana da margem com um pouco de fio de coco e um anzol dos grandes e um pedaço de prata dos maços de cigarros, era o suficiente para se fazer uma boa pescaria, na altura da arribação das sabogas, quantos de nós não apanhamos o vicio da pesca, por este modo de pescar, lembro-me bem foi com o ti-Manel das bicicletas, que Deus tenha, que me iniciei deste modo nas lides piscatórias, com os carretos feitos, com o carreto das bicicletas, a que eram cortados os bicos, e feita uma bobine de madeira, torneada, bons tempos. Bem a fartura era tanta, que era só apanhar, sem pensar, no futuro, e como é um peixe de muita espinha, não era do agrado de muito boa gente, era olhado com desdém, e hoje por vários motivos, excesso de captura, poluição, e devido também ao rio ter pouca agua, tem se assistido a uma diminuição, e quase desaparecimento desta espécie, que o pouco que se apanha é vendido por bom preço. Bons petiscos se faziam, pois era logo arranjada, a boa maneira dos pescadores ribeirinhos, com uns cortes no bem finos para evitar, a densidade de espinhas, que sendo bem grelhadas, quase não se dava por elas.
Bons tempos


Savelha, Saboga
Nome científico Alosa fallax - outros; Clupea finct
Família Clupeidae
Nomes comuns Savelha, Saboga.
Distribuição Global Nas costas Atlânticas desde a costa de Marrocos e mar Báltico até ao golfo da Finlândia e em todo o mar Mediterrâneo, incluindo o mar Negro.

Morfologia Peixe de tamanho médio, com corpo alto, escamas grandes, delgadas e pouco aderentes. Maxila superior com um recorte nítido que corresponde a uma protuberância na maxila inferior


Coloração Exibe uma coloração azul brilhante no dorso e prateada nos flancos e ventre. Na porção anterior dos flancos com 9 a 10 manchas escuras que diminuem de tamanho ao longo do corpo.
Época de reprodução Tejo entre Maio e Junho; Migração reprodutora entre Março a Junho e desova em Julho; Guadiana e Mira: Maio; inicia a migração anádroma com 2 a 8 anos

Habitat geral Peixe que ocupa a coluna de água, pelágico. Ocorre principalmente na parte mais a jusante dos rios (próxima dos estuários). A savelha reproduz-se nos rios.
Habitat de reprodução Desova efectua-se durante a noite sobre lodo, pedras, areia ou gravilha a uma profundidade de 2,5 a 9,5 metros. Desova em zonas mais a jusante que o Sável.

Alimentação A savelha alimenta-se na coluna de água, alimentação planctónica (misidáceos, caranguejos, camarões, isópodes, insectos, detritos e ocasionalmente anelídeos, gastrópodes, cefalópodes, ovos de peixes, decápodes e anfípodes) mas também come peixes (sardinha, anchova, alcabozes, peixe-rei). As savelhas com apenas 3 cm ingerem copépodes, depois com 5 a 10 cm comem zooplâncton, insectos e plantas. Nos estuários consomem crustáceos e no mar peixes e crustáceos. Durante a migração reprodutora os peixes adultos não se alimentam.
Tamanho mínimo de captura 20 cm

Período de pesca 1 de Fevereiro a 14 de Junho

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Votação para Melhor Artista Europeu

Contribui com o teu voto para o reconhecimento do valor desta banda a nivél europeu, que a par de outras nacionais tanto contribuiram para a divulgação da música Portuguesa.

http://ema.mtv.pt/vota

http://ema.mtv.pt/artistas/xutos_e_pontapes

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Nobel da Literatura para Herta Muller

Nobel da Literatura para Herta Müller 2009

Herta Müller foi a vencedora anunciada hoje do prémio Nobel da Literatura 2009.

Herta Müller nasceu na Roménia em 1953, numa região de minoria de língua alemã. Poeta, romancista e ensaista, a sua obra é marcada pelas duras condições de vida na Roménia sob o regime de Ceausescu.

O júri destacou a "densidade da poesia e a franqueza da prosa, que descreve a paisagem dos desapossados". Peter Englund salientou, durante a sessão de perguntas e respostas, o facto de Herta Müller ter uma história forte para contar. Segundo o representante da academia, a escritora ficou "radiante" com a notícia do prémio.



A última vez que um autor alemão foi distinguido com o Nobel foi em 1999, quando a academia premiou Gunter Grass.

Da autora estão publicados em português os romances O homem é um grande faisão sobre a Terra, edição da Cotovia, e A Terra das Ameixas Verdes, da Difel.



Müller estreou-se com a colectânea de contos Niederungen (1982), censurada na Roménia. Dois anos mais tarde publicou uma versão não-censurada deste livro na Alemanha e, no mesmo ano, Druckender Tango, na Roménia. Nestas duas obras, a autora descreve a vida numa pequena aldeia de língua alemã e a corrupção, intolerância e repressão que aí ocorrem. A imprensa nacional romena criticou muito estas obras, que a imprensa alemã acolheu de forma positiva. Por ter criticado publicamente a ditadura romena, Herta Müller foi proibida de publicar no país. Em 1987, emigrou do país juntamente com o marido, o também escritor Richard Wagner. Vive actualmente em Berlim. Tem mais de 20 obras publicadas e traduzidas em várias línguas.