Creio que está na hora de o Governo implementar medidas de incentivo para a produção de cereais: Milho, trigo, cevada, centeio.
No próximo ano agrícola é imperioso que o Governo acerte com os agricultores metas para a produção cerealífera.
De forma a que Portugal tente atingir uma produção quantitativa de cada um dos cereais.
O Governo e as organizações de proprietários rurais e agricultores têm de acordar metodologias e metas.
Subsídios para não produzir não parecem razoáveis.
A produção de milho pode ser muito superior à que tem sido.
Os campos alentejanos têm de produzir para fazer juz ao dinheiro investido no plano de rega do Alqueva.
Não é aceitável que os agricultores mesmo em anos difíceis de intempérie deixem os campos sem serem cultivados.
Mesmo que as condições climatéricas não permitam as sementeiras normais, há sempre a possibilidade de semear trigo tremês, ou seja, trigo que tem um ciclo de crescimento muito rápido. Três meses - embora possam não ter de produção as sementes que o outro teria.
Não pode acontecer como aconteceu este ano, que só em Junho é que no Ribatejo foram semeados muitos campos de milho.
Seria bom que os portugueses também se habituassem a comer mais pão de milho, que é bom e cujo preço poderia ser menor, face às melhores condições de produção.
Costuma dizer-se que quem não tem cão caça com gato.
E quem diz cereais diz carne de bovino, de porco, de borrego, de cabra, frutas, legumes.
Há que fazer um planeamento adequado e mentalização para consumir o que é nacional e escoar a produção nacional.
O Pingo Doce, o Continente e outros distribuidores devem ter em atenção, primeiro a produção nacional.
Porque assim se cria emprego e se combate a dependência alimentar externa.
Esta tem de ser uma prioridade do Governo.
Por exemplo, facilitar às pessoas condições para criarem porcos como antes faziam, e diminuir a burocracia nas matanças de porco, que nos últimos anos atingiram a raia do absurdo, pois primeiro tinha de ser em matadouros e depois com uma carga enorme de burocracia.
No interior e até mesmo muito próximo de Lisboa há muitas famílias que poderiam criar um porco para o governo da casa, com os restos da cozinha, com umas cascas de batata, restos de fruta, uma pouca farinha e já está!
Um animal com 5 ou 6 arrobas -, 75 a 90 Kgs, dá como sempre deu um jeito enorme e poupa muito dinheiro nas famílias.
Aliás, em França e na Alemanha o Estado, e as Câmaras Municipais, têm terrenos públicos que entregam às pessoas para cultivarem.
Há milhares de portugueses que em Paris têm o seu bocadinho de terreno, nas "quintas familiares", onde cultivam legumes, frutas, criam animais.
Vamos ter cabeça para ajudar a vencer a crise, a criar emprego, a melhorar a vida dos portugueses.
Com a devida vénia ao Blog do Dr. José Maria Martins
Segunda-feira, 17 de Outubro de 2011
josé maria martins