segunda-feira, 31 de dezembro de 2018


Notas breves a terminar o ano de 2018.
Lembrando este grande poeta popular.
António Aleixo.

Os Vendilhões do Templo

Deus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.

Fazer bem não é só dar
Pão aos que dele carecem
E à caridade o imploram,
É também aliviar
As mágoas dos que padecem,
Dos que sofrem, dos que choram.

E o mundo só pode ser
Menos mau, menos atroz,
Se conseguirmos fazer
Mais p'los outros que por nós.

Quem desmente, por exemplo,
Tudo o que Cristo ensinou.
São os vendilhões do templo
Que do templo ele expulsou.

E o povo nada conhece...
Obedece ao seu vigário,
Porque julga que obedece
A Cristo — o bom doutrinário.

António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."

domingo, 2 de dezembro de 2018

https://tiri-ri.blogspot.com/2009/10/historias-da-minha-terra.html?fbclid=IwAR1dEUS_rd9wJ-n1Cow-j0vrmrOCn25IXhh63hqAR34pGvY8fDQ7OI0H7DY

Mais uma contribuição para o esclarecer da história das Tigeladas, desde já agradeço, todas são bem-vindas. Obrigado.

António Heitor Desculpem um novo comentário. Lá vêm com a história das alegadas tigeladas de Proença. A história das tigeladas como aliás de todos os doces conventuais anda aliada às dificuldades económicas provocadas decretos que ditaram a extinção (em 1836) das ordens religiosas. Primeiro e imediatamente das masculinas e a prazo das femininas uma vez que não podiam ser admitidas novas noviças. Posto isto passo a explicar para poderem sobreviver as freiras de vários conventos (por exemplo as clarissas de Coimbra e de outras ordens e locais) tiveram que se sustentar. Logo recorreram às galinhas para fazerem doces a partir dos ovos, as gemas visto que as claras eram indispensáveis para engomar os hábitos. A existência de muitos mosteiros em Portugal determinou a a multiplicação de muitos doces conventuais (papos de anjo, barrigas de freira, toucinho do céu, manjar branco, pastéis de sta Clara etc, etc.). Ora onde está um mosteiro em Proença que justifique a existência de um doce que é claramente conventual. Abrantes possui esses conventos nomeadamente o da senhora da Graça (dominicanas). Portanto é não tenho nada contra as gentes fé Proença-a-Nova. Mas o seu a seu dono as tigeladas são de rio de moinhos e de uma forma mais alargada ao concelho de Abrantes. Obrigado e espero que o meu contributo possa ter esclarecido alguém.

Obrigado amigo, António o Heitor, pelo seu esclarecimento, é exactamente assim como diz, a verdade acima de tudo, está bem explicado, e não há necessidade de fazer confusão e de andar a puxar a brasa a sardinha, pelos vistos tigeladas fazem-se e muitos lugares, mas a origem é só uma, conventual. Eu publiquei a história, conforme me contaram, e pedi ajuda para a completar, mas em vez disso começou a haver confusão não era essa a minha intenção, mas sim o esclarecimento cabal da sua origem, penso que agora com a sua ajuda estamos mais esclarecidos. Um obrigado e um bem-haja.