terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Uma prenda de Natal !

O Sr. Dr. Eurico Consciência, na sua crónica de Maldizer,  no Jornal do Ribatejo de 24 Dezembro 2010, (Onde se pede uma prenda de Natal ao Sr. Primeiro Ministro), aborda vários temas de muito interesse, tendo como lema principal a voz do povo ora se: - a voz do povo é a voz de Deus - logo não pode deixar de estar mais assertiva a sua crónica, que passo a transcrever com a devida vénia, e prestando a minha justa homenagem a tão ilustre, advogado.
Quem fez a casa na praça a muito se aventurou – diz o povo que sabe tudo e nunca se engana. Nisso parece-se com o Sr. Presidente da Republica; mas, no que toca a dúvidas, já a cantiga é outra, porque o Sr. Presidente raramente as tem. Só tem dúvidas às vezes, e nós, os do povo, temos sempre dívidas, quero dizer dúvidas. Muitas dúvidas (e dividas também – verdade se diga). Sempre.
Duvidamos das intenções dos políticos, dos propósitos dos banqueiros e da lisura de certos empresários que enriqueceram obscenamente depois do 25 de Abril, sendo agora sócios da (e quase tão ricos como ela) da angolana Isabel dos Santos, apesar de nunca ter havido petróleo em Portugal. Já nem estamos seguros de que a verdade seja exactamente o contrário do que os políticos afirmam.
E até já começamos a duvidar de que os directores dos grandes clubes de futebol lá estejam por amor ao clube. Muitos duvidam dos amores do Pinto da Costa ao Porto, do Rui Costa ao Benfica e do Bettencourt ao Sporting, porque esses amores são pagos com montões de contos, coisa que repugna ao amor, porque a paga do amor só pode ser o amor, como ensina o povo: amor com amor se paga.
Começamos a duvidar até do vizinho, só porque ele ganha menos do que nós e comprou carro novo e a sua esposa “luxa” muito…
Pois quem fez a casa na praça….
Pois foi. E quero pedir uma coisa ao Sr. Eng.º Sócrates, nosso primeiro, que começou muito bem – descontando aquela coisa de no discurso da posse ter tratado, dando-lhe foros de problema nacional prioritário, das férias dos Juízes. Deveria ter sido o seu Ministro da Justiça que lhe soprou essa. (Esse ministro foi aquele Dr. Alberto Costa, que se dizia advogado, mas pouco ou nada sabia dos Tribunais. Mas foi ministro da Justiça!).
Pois começou bem, reformas atrás de reformas e com ares de rija determinação. Mas as coisas não correram bem. Aquele Dr. Costa não era o único…
Acontece. A vida tem coisas destas.
Pois vou-lhe pedir uma prenda de Natal: Vossa Senhoria dispôs-se a governar os portugueses, de que já os romanos, etc., etc.
Ganhou o relevo consequente, e quem fez a casa na praça….
Vossa Senhoria tem que nos dar uma alegria neste Natal. As coisas já estão mal agora e vão agravar-se nos próximos tempos. Andamos carrancudos, desmoralizados, desmotivados, tristes. Alegre-nos neste Natal. Não com bolos-rei (com papas e bolos só se enganam os tolos) nem com luzes tremelicantes. Dê-nos a prenda que fará felizes, nesta negrura, milhões de portugueses: demita-se

Sem comentários: